(continuação)
(texto)” Então como Hang Chang disse: “Como um grande todo que ilumina, infinitamente lúcido e sereno”, sua mente é como um espelho, engloba tudo, no qual as montanhas, os rios e a terra com toda sua beleza e esplendor da natureza se encontram livremente refletidos. Deste modo o mundo exterior recria-se em uma dimensão diferente e se converte em paisagem interior. Em semelhante estado a mente do ser humano deixa de ser a mente individual de uma pessoa e isso é o que o Budismo designa de a mente única.”
(comentário Monge Genshô) Vejam como todo o sesshin, todo o treinamento é programado nesse sentido, de mente única, para cada um de nós, fazermos disso um pequeno universo, tentarmos apagar esse ego individual aqui no treinamento, então fazemos tudo em conjunto. Esperamos até o último terminar de comer, aguardamos pelos outros. Em vez de deixar que nossas decisões tomem conta, nós entramos num fluxo e somos conduzidos pela própria organização do sesshin, e isso nos ajuda a baixar esse nosso nível de ego, orgulho, vaidade, manifestação pessoal e opiniões. Estamos na sala do zazen e sofremos, mas não nos levantamos, agüentamos juntos com os outros, aceitamos o sofrimento dos outros e o nosso, dessa forma damos força uns aos outros. Não abandonamos, podemos mudar de posição, mas não vamos embora, podemos ficar de pé, mas ficamos aqui, podemos até pegar uma cadeira, dessa forma dizemos aos outros – Eu fico com vocês, eu suporto - e simplesmente isso é demolidor do nosso ego. Talvez os que mais aproveitam são os mais sofrem. O sofrimento é o caminho mais curto para a realização espiritual. Eu ouvi uma Mestra dizer uma vez para um amigo meu – Eu oro para que a vida te dê muito sofrimento, porque sua vida tem sido muito boa, sem dificuldades.