Pergunta: Queria que o
Senhor fizesse uma relação, se é que tem, com os sonhos. Porque quando estamos
muito perturbados, nós sonhamos muito?
Monge Genshô: Os sonhos são um retorno daquilo com que você
alimentou a sua mente. Voltando à história do computador. Quando nós temos uma
perturbação, ela é como um vírus. Ele traz para a tela o que você não quer. De
novo, você não quer aquilo, mas ele traz de novo, de novo, sempre a mesma
coisa. Ou seja, sua mente está contaminada, doente e ela volta a apresentar
sempre a mesma a coisa de novo. É como se você tivesse um vírus dentro da
mente. O que temos que fazer é a mesma coisa, você tem que reprogramar sua
mente e seus sonhos se alterarão. Existe um momento em que você vai praticando,
praticando, e os sonhos mostram aquilo que você está sempre alimentando. Eu
sonho que estou fazendo palestra do Dharma. Isso é natural, porque minha mente
está funcionando assim, nesse tipo de frequência. Como é que dizem agora,
“vibe”, né? (risos). Ela está funcionando nesta frequência, então, ela
apresenta aquilo com que a estou alimentando.
Agora, uma boa comparação é, "tem gente que gosta de
assistir filme de terror". Eu não
entendo bem isso, até porque os filmes de terror são muito estranhos. Nesses
dias, estava com um filho meu e ele estava vendo um filme de Merlin. Tinha um
esqueleto andando. E eu perguntei para ele "meu filho, e esqueleto pode
andar sem músculos?". "É, não pode.". Então é tudo muito idiota,
né? (risos). Você assiste filmes de terror, coloca isso dentro de seu cérebro.
Aqueles "cookies", "arquivos temporários", aí você coloca
mais "arquivos temporários" dentro da sua mente para facilitar
abertura daquela coisa. Quando você dorme, o que sua mente vai produzir?
Vai produzir com aquilo que você a alimentou. Você encheu a cabeça com aqueles
arquivos e os arquivos aparecem no sonho. Então você sonha de novo com uma
coisa inútil, com maus sentimentos, com medos, não tem sentido algum. Vocês
deveriam tomar cuidado com o que alimentam sua mente. Ler coisas boas, assistir
coisas boas, tudo o que eleva, e não assistir o que rebaixa.